Em Rio Preto, prédio passa a ter 'vaga do ladrão', para motorista estacionar quando há assaltante no carro.

Para entrar no condomínio, o morador passa por um sistema de identificação biométrica, dois portões e portaria blindada. A cena, recorrente na capital paulista, está se tornando comum também no interior do Estado.

Condomínios estão virando "fortalezas" até em localidades sem registro de arrastões a prédios e com índices de criminalidade menores que os de São Paulo.

Síndico de um prédio de 228 apartamentos em São José do Rio Preto, Junior Villanova já aplicou cerca de R$ 40 mil e investirá mais R$ 20 mil em segurança -incluindo um sistema que fotografa visitantes, equipamentos biométricos e "vaga do ladrão", onde o morador estaciona para alertar se há um bandido no carro.

"As cidades estão crescendo e, com isso, vêm os problemas. A gente tem que investir pesado na segurança."

Para o delegado Genival Santos, no entanto, esses "problemas" não existem. "Temos dezenas de condomínios, mas não há assaltos ou arrastões. Teve um furto no ano passado", diz.

Para o diretor de condomínios da regional do Secovi (sindicato das empresas do setor imobiliário), Alessandro Nadruz, "as pessoas estão se adiantando ao problema".

Em Sertãozinho, a apresentadora de TV Letícia Bighetti Savegnago, 32, decidiu construir sua casa num condomínio com "gaiola" -são dois portões, e o interno só abre quando o outro é fechado.

O residencial, em área nobre, conta ainda com câmeras e monitoramento privado. O condomínio custa de R$ 1.000 a R$ 1.500.

"A primeira razão [para morar no local] é a segurança. Sei de pessoas de casas em ruas abertas que, quando abrem o portão eletrônico, o ladrão entra junto", disse.

O próprio prefeito da cidade, Nério Costa (PPS), mudou-se para um condomínio fechado. "Não é só em cidade grande. Um lugar como Sertãozinho requer esse tipo de cuidado", diz o síndico do residencial do prefeito, Flávio Aparecido Laureano, 40.

Em Marília, um prédio de classe alta acabou de finalizar um sistema de segurança de R$ 200 mil, com portaria blindada, "gaiola" e identificação biométrica.

Em São Carlos e Presidente Prudente, também há sistemas semelhantes.

Viviane Cubas, do Núcleo de Estudos da Violência da USP, diz que, mesmo com índices de criminalidade baixos, essas cidades têm violência, o que pode justificar a adoção dos sistemas.

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