Puxado pela baixa renda, número de participantes cresce 15% entre janeiro e abril e chega a quase 500 mil.

O setor imobiliário coleciona neste ano de 2008 recordes não apenas nos financiamentos bancados com recursos da poupança para a compra da casa própria. O consórcio imobiliário bateu recorde de participantes no primeiro quadrimestre de 2008. De janeiro a abril, mais de 484 mil pessoas pagaram cotas de consórcio para compra de um imóvel, segundo a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac). O total de participantes é 15,4% maior em relação ao mesmo período de 2007 e o mais alto registrado desde os anos 90.

O segmento de consórcio imobiliário tem se mostrado atrativo porque não há cobrança de juros. É uma espécie de poupança programada. Os números mostram também crescimentos expressivos no total de consorciados contemplados com cartas de crédito. De janeiro a abril, 19,4 mil consorciados foram contemplados, um volume 27,2% maior na comparação com o mesmo período do ano passado.

As vendas no primeiro quadrimestre deste ano totalizaram 63,5 mil cotas e tiveram um recuo de 1,4% na comparação com igual período do ano anterior. Segundo especialistas, o decréscimo é explicado pelo menor número de dias úteis.

De acordo com a Abac, o consórcio imobiliário permite a compra de imóvel que pode ser terreno, casa ou apartamento, tanto para fins residenciais como comerciais. A grande maioria dos consorciados opta por imóveis residenciais novos econômicos, na faixa de R$ 70 mil.

O prazo máximo do consórcio imobiliário é de 120 meses ou dez anos, bem menor do que um crédito imobiliário tradicional. O diferencial em relação aos financiamentos bancários é a inexistência de juros. As prestações são acrescidas de uma taxa de administração de 2% ao ano mais a variação do Índice Nacional da Construção Civil (INCC), informa a entidade.

A estabilidade econômica é peça fundamental para o deslanche tanto dos consórcios como do crédito imobiliário. Segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo, no caso dos financiamentos imobiliários, havia certo bloqueio por parte dos bancos para financiar imóveis para as camadas de menor renda. Com a estabilidade econômica e a possibilidade de alongar os prazos, essa camada da população teve acesso à casa própria.

Fonte: O Estado de S. Paulo - 27/06/2008