Endividar-se durante a crise com um financiamento bancário não é prudente na opinião do planejador de finanças pessoais Fabiano Calil, 35.

"Há incerteza quanto à capacidade de geração de renda futura. É interessante aguardar até 12 meses, para ter perspectiva mais clara do que virá."

Para evitar o financiamento, uma opção é o consórcio, em que não se pagam juros. Esse plano segue bem procurado.

"Em janeiro houve alta de 9,3% em relação ao mesmo período em 2008", fala Luiz Fernando Savian, 59,presidente da regional São Paulo da Abac (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios).

Com dinheiro em mãos, o comprador tem negociado mais com imóveis usados.

O número de lançamentos na cidade de São Paulo caiu 35% em setembro de 2008 --2.368 unidades contra 3.642 em agosto--, segundo a Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio e o Secovi-SP, e também caiu em outubro.

Em janeiro, o número de unidades novas vendidas foi 20,3% inferior ao de janeiro de 2008. "Agora, o mercado está retomando, em um nível bem mais baixo", diz Sérgio Watanabe, 63, presidente do Sindus Con-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo). O setor espera um crescimento em 2009 comparável ao de 2006. Em fevereiro, a venda de usados na cidade de São Paulo cresceu 140%, segundo o Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo), o que, de acordo com o órgão, põe o mercado no nível pré-crise.

EDUARDO CAMPOS LIMA