De alto padrão, residencial adota sistema em que um segundo portão só abre quando o primeiro é fechado.
Administradora afirma receber ligações de vítimas de assalto que agora querem morar em um local fechado.
Sertãozinho, vizinha a Ribeirão Preto, carrega no nome uma simplicidade de cidade de interior que há muitos anos deixou de ter.
O município, de pouco mais de 110 mil habitantes, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) fechou 2011 com o registro de 1.681 furtos e 407 roubos, de acordo com dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública.
O medo de assaltos residenciais levou moradores a buscar a segurança de condomínios fechados, de casas ou apartamentos.
No Burle Marx, condomínio de casas de alto padrão no Jardim Botânico, há dispositivos de segurança que não deixam nada a desejar aos existentes na capital.
Além de portaria funcionando 24 horas e cercas elétricas nos muros, existe reclusa de contenção de veículos, conhecida como gaiola.
São dois portões, de modo que o interno só se abre quando o portão da rua é fechado.
O residencial conta ainda com câmeras e com o monitoramento de uma empresa de segurança privada.
Tanto aparato se faz necessário para garantir a tranquilidade de moradores de classe social elevada -a maioria é de empresários na cidade.
O próprio prefeito de Sertãozinho, Nério Costa (PPS), mudou-se para um condomínio fechado, o Villa Borguese, com 104 casas.
A Rio Branco, empresa que administra o condomínio, informou receber ligações de pessoas que foram assaltadas no município e que querem agora a segurança de um local fechado.
Para o síndico do Villa Borghese, o empresário Flávio Aparecido Laureano, 40, aparatos de segurança deixaram de ser uma preocupação somente de paulistanos.
"Não é só cidade grande. Um lugar como Sertãozinho requer esse tipo de cuidado", afirmou Laureano.
A apresentadora Letícia Bighetti Savegnago, 32, decidiu construir sua casa no condomínio onde já mora parte da família do marido, que deve ficar pronta em um ano. "Aqui fico mais tranquila."