O comerciante Hélio Francisco de Oli-veira se mudou para Ribeirão Pre-to há doze anos e alugou um imóvel. Na época, mesmo não sendo obrigatório no contrato de locação, ele decidiu contratar um seguro residencial. “Morando em Ribeirão teria mais oportunidades de lazer e ficaria mais tempo fora de casa. Ter um seguro representava tranqüilidade e segurança”, afirma Oliveira.
Há dois meses ele levou um susto. Ao chegar em casa com sua família, após a missa do sábado, encontrou a porta arrombada. Os assaltantes haviam levado Dvd, Home Theather, TVs e outros eletroeletrônicos. Um prejuízo estimado em R$ 5 mil. Acionou o seguro e em menos de um mês, tudo estava novamente no lugar. “Não teria condições de repor todos as peças de uma só vez, se não fosse o seguro”, conclui o comerciante.

Parcela

Oliveira faz parte de uma pequena parcela da população que faz seguro residencial. “A estimativa é de que menos de 15% das moradias brasileiras possuem seguro”, afirma Marcelo Goldman, diretor da AGF Seguros. No caso de automóveis, 35% da frota do país estão segurados. “Todo mundo pensa em seguro do carro, mas nunca no da residência”, comenta Goldman.
A freqüência de sinistros em moradias é muito menor do que em automóveis. O diretor da seguradora calcula que a cada 100 seguros de carros, 10 a 15 clientes vão utilizar o serviço por alguma razão. Nas residências este índice cai para menos de 5%.
Mas quando ocorrem, os danos e o prejuízo são geralmente muito maiores. “Um incêndio em uma residência, por exemplo, pode acabar com uma economia e um patrimônio acumulados em uma vida”, analisa Goldman.

MERCADO
Apólice acoplada permite economia de 20%

Para atrair mais adeptos ao seguro residencial e aumentar a carta de clientes, as seguradoras estão facilitando o pagamento deste serviço. Algumas empresas estão oferecendo um seguro unificado de auto e residência. Assim, a pessoa pode contratar o residencial dentro da apólice do seguro do carro. A vantagem deste produto é pagar uma única taxa de emissão de apólice e ter a possibilidade de parcelamento. Isto gera, em média, uma economia de 20% no seguro residencial.

Marcelo Goldman comenta que através desta opção as empresas pretendem criar no consumidor o hábito de contratar o seguro residencial, mostrando que o custo é baixo.

Unificação

“Na nossa empresa temos 120 mil seguros residenciais no país, com esta unificação esperamos aumentar em 30% este número”, conclui. O valor de um seguro residencial gira em torno de 0,1% a 0,8% do valor do imóvel. Citando um exemplo, no caso de um apartamento avaliado em R$ 100.000, a pessoa pagaria, em média, R$ 120 ao ano.
Segundo Goldman, esse mercado cresce cerca de 30% a 40% ao ano, reflexo do aumento da violência e de acidentes climáticos, como vendaval e raios. “Mas ainda há muito a ser explorado”.

Jornal A Cidade - 14/05/2006