Casas vazias em Ribeirão abrigariam 50 mil pessoas
Quantidade de casas para ocupar poderia abrigar quase toda Batatais ou duas vezes população das favelas.
Os números do Censo Demográfico em Ribeirão Preto, que teve sua primeira fase concluída anteontem, apontam que a cidade tem 17.130 imóveis residenciais vagos para locação ou venda. O volume representa 8,15% dos 210.141 imóveis residenciais identificados pelos recenseadores em Ribeirão. Na prática, representa que, a cada cem casas, oito estão vazias.
Aplicando o índice de moradores por domicílio contabilizado em Ribeirão Preto, de 3,1 pessoas por casa, os imóveis vagos poderiam abrigar 53.130 pessoas - praticamente uma Batatais inteira. O Censo Demográfico terminou sexta-feira com 56.240 contadas naquela cidade.
Pela mesma comparação, os imóveis vazios poderiam abrigar duas vezes os moradores de favelas em Ribeirão, estimados em 21 mil, segundo o juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública e criador do programa Moradia Legal, João Gandini.
Fenômeno
O economista Jair Manoel Casquel Júnior avalia que o grande volume de casas vazias pode apontar tanto um movimento migratório de quem busca melhores lugares para viver ou investidores que adquirem imóveis para especular.
"O ideal seria o mapeamento destas casas vazias para poder avaliar melhor", diz.
O coordenador do Censo em Ribeirão, Rafael Carvalho, explica que não há como apontar onde estão as casas vazias. "O recenseador apenas consta como vazia e computa o dado", afirma.
Pode ser qualquer coisa
A expansão de imóveis residenciais em Ribeirão Preto não derrubou os valores de compra e de aluguéis. Pelo contrário: a tendência é de alta.
A professora Carla Bortoloni, 24 anos, alugou há dois meses um apartamento de um quarto em um prédio recém-inaugurado no Centro de Ribeirão Preto. Paga, entre aluguel e condomínio, R$ 800.
"Queria morar no Centro para facilitar a locomoção. Tive dificuldade em encontrar, porque tudo é caro e é difícil achar apartamentos pequenos nesta região", afirma.
Para ela, o valor que paga é alto. E, apesar da maior parte das unidades estarem livres - apenas nove apartamentos dos 28 estão alugados -, o preço não cai.
A tendência de alta também é verificada pela analista de suporte Angélica Pinheiro, 27. Moradora de um apartamento próximo ao Estádio Palma Travassos, paga R$ 440 por apartamento de três quartos, alugado há quase três anos.
"Há três meses, o apartamento em frente ao meu foi alugado por R$ 700. Não vejo motivos para encarecer tanto", diz.
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