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Procura por imóveis para estudantes cresce em Ribeirão

Demanda é maior que oferta, mas tanto proprietário quanto inquilino devem tomar alguns cuidados na locação para estudantes.


Janeiro já chega ao fim e para alguns as aulas começam logo no primeiro dia do próximo mês, para outros terá início dia 8, mas uma coisa é certa, quem vem de outras cidades para estudar em Ribeirão Preto precisa se preocupar com o lugar em que vai morar.


Nessa época do ano, a procura por imóveis para estudantes que chegam a Ribeirão Preto para fazer universidade ou cursinho pré-vestibular chega a 30% das locações das imobiliárias.


A cidade é considerada pólo estudantil e, é nessa época, que muitos jovens da região e também de outros Estados chegam em busca de moradia. “Ribeirão está passando por um processo onde a procura está bem maior que a oferta”, explica a gerente comercial da Imobiliária M3, Luciana de Araújo.


A população flutuante de estudantes na cidade é grande, sendo que uma boa parte dos seus moradores, ainda que sejam sazonais, precisam se adaptar às regras do mercado de locação achando alternativas que não prejudiquem nem locador nem locatário. E um bom exemplo nesse quesito é o prazo do contrato.


Normalmente fixado em 30 meses com base na Lei do Inquilinato, o contrato para estudantes pode trazer uma cláusula, também apoiada na lei que ampara o locatário caso ele comunique ao proprietário a desocupação do imóvel um mês antes de completar um ano da locação. “Se ele não colocar a cláusula e nem comunicar o locatário da sua saída, ai terá que cumprir o prazo de 30 meses. Além disso, ela isenta o locatário do pagamento de multas”, alerta Luciana.


Ainda que seja uma tendência, a cada ano a procura por apartamentos de um a dois dormitórios aumenta e a grande opção é por imóveis em que gastarão em média até R$ 800 mensais, entre aluguel e condomínio. Segundo Luciana, os estudantes procuram a imobiliária já acompanhados dos pais. “Como sabem que está difícil o mercado, deixar para decidir depois é perda de tempo”, explica a gerente.


Falando em mercado, as regiões mais procuradas pelos futuros inquilinos são o Centro, os bairros próximos à USP e o Jardim Paulista pela proximidade com a região central.


Os dois lados do contrato

A gerente da imobiliária diz que mesmo com a grande procura por locação, alguns proprietários têm a preocupação de saber para quem será locado seu imóvel, muitos não alugam se for para as chamadas “repúblicas”, tradicional forma de moradia estudantil, onde várias pessoas dividem o imóvel. Com esse tipo de moradia, o imóvel sempre sofre avarias e no final do contrato, o lucro que foi recebido com o aluguel fica todo no conserto do imóvel.


Mas nem só o proprietário precisa estar amparado. O inquilino também deve se proteger e uma das formas de fazer isso é através da vistoria. “É importante ficar atento, checando se partes do imóvel estão depreciadas ou não”, explica a gerente. Segundo ela, se isso não estiver bem definido no contrato, na entrega do imóvel, o locatário deverá arcar com os consertos. “Tem que ficar atento na hora da vistoria”, ressalta.


Para muitos inquilinos o que complica na hora da locação é conseguir o fiador, pois as pessoas não gostam de ser co-responsáveis por um imóvel em que não terá controle do uso. Por isso, as imobiliárias estão criando alternativas para solucionar esse problema, dentre elas está o seguro fiança e até o título de capitalização. A diferença entre esses dois é que o título pode ser resgatado ao final da locação, ao contrário do seguro que, a exemplo dos seguros de automóveis, são pagos para o caso de estrago no imóvel.


Cláudio Malerbo está mudando para Ribeirão Preto para cursar a universidade, ele procurou várias imobiliárias até conseguir locar seu apartamento. Ele que conseguiu o fiador reclama da burocracia para fechar o contrato. “Foram várias cópias de documentos, autenticadas, com firma reconhecida, comprovação de renda, certidão civil, entre outras coisas”.


Na opinião de Luciana, é importante que toda a tramitação seja feita através de uma imobiliária, pois assim não haverá surpresa para nenhum dos lados. “É mais seguro e as empresas estão acostumadas com a parte burocrática. Tudo isso precisa ser analisado para ninguém sair perdendo depois”, conclui.