Vendas de imóveis caem até 10% em Ribeirão Preto
Desempenho negativo reflete a grande oferta de unidades novas e usadas disponíveis na cidade.
As vendas de imóveis em Ribeirão Preto caíram até 10% em julho, na comparação com junho.
"Temos uma grande oferta de imóveis usados e de novos à procura de compradores", diz Antonio Marcos de Melo, delegado da sub-regional do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Crecisp).
A queda dos negócios em Ribeirão Preto é quase o dobro da queda de 5,63% registrada em todo o Estado, conforme levantamento com 1.432 imobiliárias de 37 cidades, entre elas Ribeirão.
No ano, a queda acumulada é de 20,72%, conforme o órgão.
José Augusto Viana Neto, presidente do Crecisp, que esteve nesta quinta-feira (20) em Ribeirão para encontro com corretores, acredita em reversão do quadro negativo.
"O segundo semestre geralmente é mais positivo em vendas, até pela entrada do décimo-terceiro salário", disse. "E temos um déficit habitacional de 1,5 milhão de residências no Estado, o que prova que há mercado."
Financiamentos
Conforme ele, há indícios de bons resultados porque os bancos pretendem fechar o ano com R$ 200 bilhões de financiamentos imobiliários, contra R$ 127 bilhões em 2011.
Uma alternativa para aquecer o mercado imobiliário, disse, é o governo liberar os financiamentos do programa Minha Casa, Minha Vida para imóveis usados.
Hoje, o programa, que dá subsídio, está restrito aos imóveis novos.
"Há um ano e meio apresentamos oficialmente essa proposta para o Ministério das Cidades [que administra o Minha Casa, Minha Vida]", emendou.
Conforme ele, apenas para imóveis novos o programa não deslancha. Em Ribeirão Preto, o teto financiado é de R$ 130 mil. Só que um terreno médio sai por R$ 40 mil e, somando-se custos de construção e demais despesas, sobraria pouca margem de lucro.