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Longe da crise Investimento habitacional mostra estar longe dos efeitos do colapso global e explode em Ribeirão.

A crise financeira não chegou ao setor habitacional na região de Ribeirão Preto. Segundo levantamento da Caixa Econômica Federal (CEF), nas 57 cidades que fazem parte da regional da instituição, houve recorde de financiamentos no primeiro trimestre deste ano, com aumento de 129% no volume emprestado em comparação o mesmo período de 2008. A CEF liberou R$ 117 milhões em recursos para a compra da casa própria nos três primeiros meses deste ano. Nos mesmos meses de 2008 foram R$ 51,1 milhões.

Para a economista Rosalinda Chedian, os números mostram que a área da habitação não sofreu com as ameaças econômicas. “Pelo contrário. Quem programou comprar o imóvel próprio neste ano não deixou de investir por causa da crise. E são compradores com poder aquisitivo maior”, disse.

O levantamento da CEF mostra também que o número de contratos assinados subiu de 2,3 mil no primeiro trimestre do ano passado para 3,2 mil no mesmo período deste ano (alta de 39%). “Por esse dado vemos que o crescimento no valor dos financiamentos foi bem superior à quantidade dos contratos. O que comprova a maior participação das pessoas de classe média e alta, pois o preço dos imóveis financiados foi maior”, disse a economista.

Outro indicador que mostra o aumento dos financiamentos direcionados aos compradores de classe mais alta é o tipo de empréstimo realizado. Segundo a CEF, os contratos predominantes neste ano foram os que usaram recursos da caderneta de poupança (2,3 mil imóveis, com valor de R$ 66,8 milhões). “É uma modalidade usada para a compra de unidades mais caras”, explicou.

Já os contratos com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGST) foram 941, com uma aplicação de R$ 50,2 milhões. “O financiamento com o FGTS superou todas as expectativas de crescimento que tínhamos”, disse o superintendente regional em exercício da CEF, Celso Javorski. O FGTS foi o recurso usado por Renata Helena Silva Faviolli, 30 anos, para a compra de um apartamento neste ano. "Fiz as contas e vi que assumir um financiamento sairia mais em conta que pagar aluguel."

Classe média e alta centraliza negócios

129% Foi o aumento do valor de financiamentos pela CEF em um ano

39% Foi o aumento no número de contratos fechados no mesmo período

941 Contratos de financiamento usaram recursos do FGTS


RAISSA SCHEFFER