Reajuste do aluguel novo fica abaixo do IGP-M em janeiro
Desde setembro de 2008, esse tipo de contrato não tinha aumento inferior à inflação acumulada em 12 meses.
Pela primeira vez desde setembro de 2008, o reajuste do aluguel novo na cidade de São Paulo, medido pelo Secovi-SP (Sindicado da Habitação), teve uma alta menor do que o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), indicador que reajusta a maioria dos contratos de aluguel.
Em janeiro, no acumulado em 12 meses, a média da variação do novo aluguel foi de 7,8%, de acordo com a pesquisa mensal de locação do Secovi-SP. O IGP- M avançou 7,91% no período. Em relação a dezembro, o indicador de locação do Secovi-SP teve alta de 0,5%.
No comparativo da variação anual, os dois indicadores estão se aproximando ininterruptamente desde março do ano passado. No auge, em novembro de 2011, o índice de locação do Secovi-SP chegou a ser 13,8 pontos porcentuais maior do que a variação medida pelo IGP-M (ler abaixo).
A maior disponibilidade de imóveis ajudou a diminuir a variação do valor do aluguel novo. "O mercado não pode só subir. Uma hora tem de cair. A variação de locação não vem caindo abruptamente, mas suavemente. Isso é um bom sinal", afirmou Mark Turnbull, diretor da vice-presidência de Gestão Patrimonial e Locação do Secovi-SP.
A entidade acredita que o reajuste do novo aluguel vai continuar no nível de variação do IGP-M nos próximos meses.
O segmento de casas e apartamentos de dois dormitórios foi o que teve maior acréscimo no valor de locação residencial em janeiro na comparação com dezembro. A alta foi de 0,7%. Na sequência, o maior aumento foi registrado nas moradias de um quarto (0,4%), seguida pelas unidades de três dormitórios (0,1%).
O tipo mais usado como garantia de contrato de locação residencial em janeiro foi o de fiador (47,5%). Outros 32% dos contratos foram firmados com depósitos de até três meses, e 20,5% dos inquilinos optaram pelo seguro-fiança.
Vale negociar. Apesar da queda do reajuste do aluguel novo nos últimos meses, os inquilinos ainda devem negociar por reajustes menores, sugere Turnbull. "O proprietário sempre quer um locatário honesto, que pague em dia o seu aluguel e trate muito bem do imóvel. Se ele cumprir esses quesitos, a chance de negociação é muito alta", argumentou o executivo do Secovi-SP.
Em alta. A maior disponibilidade de imóveis também puxou o aumento na quantidade de contratos de aluguel residencial firmados na cidade de São Paulo no ano passado. De acordo com balanço da Lello Imóveis divulgado ontem, a alta em 2012 foi de 19% ante o ano anterior.
"O que foi muito bom no ano passado é que nós tivemos imóveis para abastecer (essa demanda). A gente estava sofrendo muito com a falta deles, mas agora começa a aparecer um pouco mais de imóveis", disse Roseli Hernandes, diretora da Lello Imóveis.
O levantamento da imobiliária também mostrou que, no ano passado, a velocidade média para locação de imóveis de um e dois dormitórios foi de 15 dias a 24 dias contados a partir da disponibilidade do imóvel. Já o tempo para o aluguel da imóveis com três dormitórios foi de 40 dias.