Comur contesta expansão urbana de Ribeirão Preto
Especialistas defendem ocupação de vazio urbano e contestam crescimento para zona Noroeste.
A revisão da lei do uso e ocupação do solo com destaque para a utilização dos vazios urbanos e a expansão de Ribeirão Preto para a zona Noroeste são os assuntos que serão discutidos nesta terça-feira (25), na reunião do Comur (Conselho Municipal de Urbanismo) de Ribeirão Preto, que acontece na Associação de Engenharia e Agronomia da cidade.
Para os integrantes do Comur, os vazios urbanos, locais da cidade de grande expansão de terra desocupadas, como as localizadas na Via Norte, fazendas Educandário e Experimental e na Vila Elisa, poderiam ser utilizadas para a construção de novas moradias.
"Estas áreas já possuem infraestrutura urbana. Não seria preciso construir escolas, creches ou postos de saúde. Ocupar estas áreas representa menos ônus para o município", diz o engenheiro Mauro de Castro Freitas, um dos integrantes do conselho.
Ele questiona a proposta da prefeitura de expandir a cidade para a zona Noroeste. No mês passado, a prefeita Dárcy Vera anunciou que um grupo de empreendedores pretende construir 15 mil unidades habitacionais nas proximidades da antiga Usina Galo Bravo que atenderiam 40 mil pessoas de baixa renda.
"Vamos questionar a área de expansão urbana da zona Noroeste porque a prefeitura está propondo uma ampliação muito grande na zona periférica da cidade e existem outros locais urbanizados que podem ser utilizados", diz.
Mauro salienta que 30% dos 220 mil lotes de Ribeirão Preto, isto é, 66 mil estão desocupados e os proprietários poderiam ser incentivados a erguer construções no local. "Em um quarteirão vazio os proprietários poderiam ser localizados.
Eles poderiam fazer parcerias e construírem predinhos de quatro andares com quatro apartamentos, o que proporcionaria moradia para 64 famílias", explica.
Conscientização
"Precisamos pensar de maneira global e verificamos que a lei de uso e ocupação de solo está desvinculada do plano diretor", diz Cantídio Bretas Maganini, presidente do Comur. Segundo ele, quando aprova um loteamento, a prefeitura deveria exigir a construção de escolas, creche e acesso, conforme determina o Plano Diretor, mas nada disso é previsto. "Queremos que o plano diretor seja respeitado", defende.