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Clientes da Encol em Ribeirão Preto têm ressarcimento
Associação tenta encontrar 14 compradores para devolver parte do dinheiro pago por apartamentos há 14 anos.
Após 19 anos de muita espera e luta na justiça, 147 mutuários da Encol em Ribeirão Preto conseguiram receber nos últimos meses uma parte do investimento feito em 1994 para a compra de um apartamento na rua Arnaldo Victaliano.
A conclusão do processo foi tão demorada que a associação que representa os compradores ainda não conseguiu encontrar 14 mutuários que têm direito ao ressarcimento, de R$ 10 mil por pessoa, em média.
Esse pagamento foi possível porque a associação conseguiu vender, em junho deste ano, a área e o esqueleto de duas torres inacabados do Parque dos Pássaros, um dos maiores empreendimentos no Brasil da construtora goiana Encol, que teve sua falência decretada em 1999.
De acordo com Maurício Gumiero, presidente da associação, o imóvel foi vendido a um grupo de investidores por R$ 4,5 milhões. Desse total, 66% foram pagos à família que era dona do terreno onde as torres seriam construídas, e que também tinham de receber da Encol.
Os outros 34%, o equivalente a R$ 1,5 milhão, estão sendo pagos aos mutuários, que investiram, ao todo, R$ 4,1 milhões em 1994. O ressarcimento varia de R$ 2 mil a R$ 20 mil, por pessoa.
“Não é nada perto do que as pessoas pagaram na época, mas fazemos a distribuição de acordo com os valores que cada um investiu”, diz Gumiero, que pagou R$ 30 mil, recebeu R$ 5 mil com a venda, o equivalente a 16%. “Muitas pessoas que entramos em contato nem se lembravam mais, outros mutuários já faleceram e outros ainda nem consegui encontrar”, diz.
Espera incansável
Para José Carlos Ven-drúsculo, um dos 147 mutuários do condomínio que teria 280 apartamentos em sete torres e herdeiro da área onde seria construído o empreendimento, o desfecho do processo e a venda da área traz uma sensação de alívio.
“Foi uma espera incansável. Além de todo o processo com a empresa, as negociações para a venda também foram difíceis”, diz o mutuário que, na época, comprou três apartamentos em doze pagamentos.
Com a venda da área neste ano, ele recebeu cerca de 40% do que investiu.
Futuro da área é incerto
Mesmo com a venda para um grupo de investidores, o futuro da área onde deveria ser construído o condomínio Parque dos Pássaros, na rua Arnaldo Victaliano, ainda é incerto.
Segundo a reportagem apurou, a intenção inicial era dar continuidade a obra, mas como a deterioração das duas torres erguidas no local foi grande com os anos, o aproveitamento da estrutura foi descartado.
Outra hipótese, a de demolição das estruturas para abrir espaço no terreno de 14,8 mil metros quadrados, também não é considerada viável pelo custo, cerca de R$ 1,5 milhão.
A solução encontrada pelos investidores foi colocar a área à venda. Uma placa foi colocada e o local foi cercado.
A reportagem não conseguiu contato com a imobiliária na tarde desta quarta-feira (9).