Terra da região está entre as mais valorizadas do Estado
Hectare no campo vale R$ 31 mil, em média; preço triplicou na última década, segundo pesquisa.
Neste domingo (28), dia do agricultor, os produtores rurais da região de Ribeirão Preto têm um motivo para comemorar.
O hectare de terra para plantio de culturais anuais, como a cana-de-açúcar, no Escritório de Desenvolvimento Rural de Ribeirão (EDR) é um dos mais altos de São Paulo.
Em média, segundo estudo do Instituto de Economia Agrícola do Estado (IEA), o hectare nas 19 cidades que fazem parte do escritório vale R$ 31 mil. O valor é 63% superior à média estadual e só fica atrás de Mogi-Mirim, que tem média de R$ 35 mil. Ao todo são 40 EDRs.
Segundo produtores ouvidos pelo A Cidade, a média de comercialização de terras sempre foi alta na região por conta da produtividade e do clima.
Mas, os fatores que colocam a EDR entre as mais valorizadas hoje são a expansão urbana e o desenvolvimento do mercado imobiliário.
“A localização das terras é muito boa, com fácil acesso e próximo a importantes rodovias. Isso já gera um interesse de mercado grande, com o avanço da construção civil nos últimos anos, então, houve um impulso nos preços”, diz o produtor de café Gilmar Berlese, 56 anos, de Brodowski, que cresceu no campo e acompanhou essa evolução.
Cercado
O produtor de cana Hugo Evaristo Benedini, 71 anos, que também nasceu na área rural, em Ribeirão, hoje está cercado de condomínios residenciais.
Sua fazenda, na Antonio Machado Sant’anna, é a uma das únicas áreas rurais que ainda não foram parar nas mãos de empresas do setor imobiliário.
“Essa expansão mudou o mercado, com as ofertas para a compra, os produtores colocam o preço das terras lá em cima, isso influencia o mercado como um tudo”, diz o produtor.
Para Benedini, porém, suas terras não têm preço.